Amigos, na minha última viagem à Itália, eu visitei o Forte 3 Sassi e fiquei impressionada. É uma fortaleza construída pelos austríacos entre 1897 e 1901 para proteger a região dos ataques italianos. Apesar de ir a Cortina há mais de 30 anos, eu nunca tinha visitado o Museu da Grande Guerra, que fica lá. A história é impressionante.
Na Primeira Guerra Mundial, o lugar virou o alvo favorito dos italianos, que em 1915 tinham declarado guerra ao império austro-húngaro. O Forte 3 Sassi foi destruído e depredado. Até suas portas, janelas e pedras foram usadas para reconstruir as casas da região.
Em 2002, o forte deu lugar ao Museu da Grande Guerra, aberto ao público em 2003. Ele abriga os artefatos históricos da Primeira Guerra Mundial coletados por uma família de colecionadores que vive ali, os Lancedelli. Eles reuniram as peças ao longo de 45 anos.
Atualmente, são 20.000 visitantes ao ano curiosos para ver trajes, acessórios, armas e até a réplica de uma trincheira do exército na neve. Como vocês podem imaginar, o passeio é muito impactante.
Quando vimos o lugar onde uma bomba explodiu e matou um cozinheiro, fiquei pensando em como é possível que, depois de termos vivido tantas situações absurdas de morte e dor ainda se pense em começar uma guerra nos dias de hoje. E que exista toda uma indústria – a bélica – que vive disso.
As Dolomitas e a população do entorno ficaram muito marcadas com as histórias das duas guerras, principalmente a primeira. Até hoje são encontrados corpos congelados e artefatos de guerra. Eles têm histórias muito ricas de famílias que brigaram porque tomaram partidos diferentes na época e é bacana aprender mais a respeito, mas não deixa de ser muito, muito triste.
