Uma exposição sobre cores? Sim. A mostra “Saturated: The Allure and Science of Color” (em livre tradução “Saturado: o fascínio e a ciência da cor”) fica em cartaz até 13 de janeiro de 2019 no Cooper Hewitt, Smithsonian Design Museum, em Nova York. São mais de 190 objetos – de um iMac da Apple a um telefone de discagem redonda – que falam sobre a relação entre homens e cores. E olha que ela começou na Antiguidade.
Por isso, essa exposição sobre cores é tão surpreendente. “A cor tem sido estudada há séculos e ainda temos muito a aprender sobre suas propriedades. De raras primeiras edições de textos que buscam sistematizar a teoria das cores a trabalhos icônicos de designers que dominam as cores, materializando-as em efeitos impressionantes, examinamos nessa mostra como o design permite avançarmos nosso entendimento do que podemos atingir quando experimentamos e inovamos com as cores”, diz Caroline Baumann, diretora do museu.
Eu estou supercuriosa para visitar. Soube que a exposição está organizada em sete seções: Capturando a Cor, Efeitos óticos da Cor, Criando Cores, Navegando nas Cores, Cor e Forma, Colaboração de Cores e Escolha do Consumidor.
Na primeira fala-se do esforço que sempre existiu para esquematizar e medir as cores – de documentos de Isaac Newton a pensamentos de Goethe. Na segunda, efeitos óticos em peças de design quase hipnotizam a gente, como um vaso de Louis Comfort Tiffany de 1901 e uma luminária de Ingo Maurer. A terceira seção apresenta raridades, caso de um huipil (traje típico do México) colorido com corante de um caracol marinho.
Seguindo pela quarta seção, vemos como a cor é usada para organizar a comunicação, criando um guia visual, como o mapa dos metrôs de Nova York, criado por Massimo Vignelli em 1974. Na quinta área da exposição estão amostras têxteis que confundem o olhar graças a variações de uma mesma cor. A penúltima seção fala da importância de se ter um padrão universal de cores, para que elas possam ser comunicadas com mais eficácia, como a cartela Pantone e estudos de tendências de cores como as da agência Peclers Paris.
Para finalizar essa exposição sobre cores, temos o poder de sedução delas. O telefone cor-de-rosa de discar, criado em 1959 pela Henry Dreyfuss Associates foi um caso histórico por encantar jovens mulheres e criar esse novo público consumidor para o aparelho. Outro exemplo? O iMac branco e azul, desenhado por Jonathan Ive, que se tornou campeão de vendas nos Estados Unidos em 2000 por fugir dos padrões para um computador pessoal.
Incrível, não?
Fotos: Divulgação/Cooper Hewitt, Smithsonian Design Museum