Amigos, eu adoro as obras do artista Takashi Murakami porque elas são uma verdadeira viagem ao Japão atual, com influência dos quadrinhos japoneses – os mundialmente famosos animes – e ao mesmo tempo têm uma linguagem de pop art que me lembra Andy Warhol e Jeff Koons.
Por isso adorei a mostra Murakami por Murakami, em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, até 15 de março de 2020. O curador Gunnar B. Kvaran – o mesmo da mostra de Yoko Ono realizada no Instituto em 2017 – se baseou na exposição de Murakami que aconteceu em 2017 no Astrup Fearnley Museet, em Oslo.
A exposição reúne 35 trabalhos, com pinturas que chegam a medir 3 por 10 metros, todas com uma trabalhosa pesquisa conceitual e diversas camadas de tinta, criadas em seu estúdio, que emprega cerca de 100 pessoas.
Além de um artista de habilidades técnicas incríveis – aprimoradas nas aulas de Nihon-ga, um estilo de pintura japonesa tradicional que teve na Universidade Nacional de Belas Artes e Música de Tóquio (agora Universidade das Artes de Tóquio) nos anos 80 – Murakami também é um colecionador renomado.
“Murakami certamente desfrutou de mais reconhecimento fora do Japão do que dentro, e cultivou uma relação abertamente combativa com o mundo da arte japonesa, mas seu envolvimento com pinturas Nihon-ga, mangá e anime, a cultura otaku e o Zen Budismo ancora firmemente seu trabalho com as tradições japonesas”, enfatiza o curador.
A exposição em São Paulo traz de quatro conjuntos de obras: um deles traz Mr. DOB (o robô que questiona a sociedade consumo), outro foca nas recentes pinturas sobre o Zen-budismo, o terceiro apresenta a apropriação e interpretação dos trabalhos de Francis Bacon e, por fim, aparece sua noção de autorretrato. Uma seleção de 9 vídeos completa a mostra.