• Viagens

As duas últimas exposições que vi em Nova York

Amigos, ainda quero contar para vocês sobre as duas últimas exposições que vi em Nova York. Uma, de Robert Longo na galeria Metro Pictures, e a outra, de Yayoi Kusama na David Zwirner.

“Robert Longo: Fugitive Images” fica até 21 de dezembro. Os oito desenhos monumentais e hiperreais de carvão da exposição continuam o chamado “ciclo destruidor” do americano Robert Longo, uma série de imagens inspiradas nas políticas atuais de poder, ganância, agressão e desumanidade. O título da mostra refere-se à aparição e à descontextualização de imagens impactantes da mídia em todo o mundo.

São obras que descrevem uma série de eventos mundiais de locais diferentes e o destaque é um desenho de Jamal Khashoggi. O jornalista saudita (que foi assassinado) é mostrado desaparecendo em um campo estático que lembra uma televisão com pouco sinal, lutando para manter a imagem. Em forte contraste com esta obra, há um desenho profundamente humano de uma massa de migrantes em uma jornada cansativa da América Central. O desenho enfoca os rostos de homens, mulheres e crianças, que parecem desesperados e exaustos. Muito impressionante.

Já a mostra de Yayoi Kusama em Nova York, batizada de “Everyday I pray for love” (algo como “todos os dias eu rezo por amor) infelizmente termina hoje, mas quero contar o que vi, porque foi uma exposição inédita e muito bacana.

Kusama é um dos nomes mais importantes da arte contemporânea, fruto da pop art dos anos 60. Seu trabalho, fácil de reconhecer, traz elementos repetitivos – normalmente bolas e pontos. Essa exposição que vi trazia obas inéditas, como pinturas da série “My Eternal Soul” (minha alma eterna, em livre tradução), ao mesmo tempo abstratas e figurativas. Uma constelação composta de centenas de elementos de aço inoxidável que lembravam nuvens espalhadas pelo chão também me impactou bastante.

Mas sem dúvida o ápice dessa mostra de Yayoi Kusama é o “Infinity Mirrored Room – dancing lights that flew up to the universe”, uma sala espelhada com luzes que parecem dançar. Trata-se de uma experiência imersiva e poética que a artista costuma revisitar em formatos semelhantes e dessa vez eu adorei participar!

 

Continue lendo "As duas últimas exposições que vi em Nova York"
Silvana Tinelli

Por:Silvana Tinelli

Nascida no Egito, mas com o coração dividido entre a Itália e o Brasil, Silvana Tinelli faz de tudo um pouco. Em sua rotina dinâmica, Silvana se divide entre suas paixões: a arte, a criação de suas cerâmicas, as viagens - com segredos que só ela conhece - os eventos com seus amigos, a fotografia e a gastronomia.