Amigos, como já contei diversas vezes aqui no site, eu adoro a região da Puglia, na Itália. E fiquei especialmente encantada com a cidade de Lecce, como também já falei para vocês aqui. Não me surpreende, portanto, que a estilista Maria Grazia Chiuri tenha escolhido Lecce como cenário do último desfile da Dior. Com menos de 100.000 habitantes, a cidadezinha tem apenas 238 metros quadrados e uma arquitetura barroca supercharmosa.
No último desfile da Dior, a praça central, onde fica o Duomo, foi toda iluminada. A escolha de Maria Grazia foi emocional: seu pai é da Puglia, de uma cidadezinha ali perto chamada Tricase, e ela passava todas as férias da infância naquela região.
Além do cenário, a cultura de Lecce foi valorizada de diversas formas: dos lenços na cabeça das camponesas que estavam nas modelos aos ramos de trigo saindo de dentro das bolsas, que também decoravam as estampas e os bordados dos vestidos, ao lado das papoulas e das urtigas típicas do local.
Sem contar, é claro, um dos pontos altos do desfile da Dior: a apresentação de música e dança típicas, que permearam todo o espetáculo. No cenário iluminado, ainda, frases de empoderamento feminino em francês, italiano e inglês – elemento fundamental no trabalho da diretora criativa.
Os comentários na Itália diziam que ela conseguiu trazer a cultura da Puglia sem tornar tudo estereotipado. A jornalista Ilaria Macchia, por exemplo, escreveu na Vanity Fair italiana o seguinte: “não sei o que é a moda, mas sei o que é Lecce e tudo o que vi no desfile da Dior foi Lecce. De modo coerente, sem forçar e até sem folclore”.
Por conta do covid, a apresentação ocorreu sem convidados, mas foi transmitida ao vivo para mais de 20 milhões de espectadores. Belíssimo, como vocês podem ver aqui: