Quem já teve um bichinho de estimação muito doente, em estado terminal, já precisou enfrentar o dilema de sacrificar ou não seu pet. Esse é um assunto triste e polêmico até mesmo entre os médicos veterinários: afinal, quando desistir do tratamento? Quando a eutanásia abrevia o sofrimento dos nossos amigos de quatro patas.
Conversei com a veterinária Michele Sandrault sobre sacrificar ou não os animais e ela me disse que o primeiro passo é encontrar um veterinário de extrema confiança e com quem a gente tenha afinidade. “Nessas situações não existe certo ou errado e a decisão deve ser feita sempre em conjunto”, diz.
Em primeiro lugar, é fundamental ter certeza do diagnóstico e das possibilidades de tratamento. “As pessoas costumam dizer que não querem ver seu amigo sofrer, mas a verdade é que o envelhecimento sempre vem acompanhado de algum tipo de sofrimento, que pode ser controlado de muitas formas”, explica a especialista.
Mas afinal, vale sacrificar ou não? “Creio que sempre devemos priorizar a vida desde que tenha qualidade e respeito. Acho equivocado decidir se determinado tratamento vale ou não a pena sem o devido conhecimento cientifico no assunto. Além disso, a decisão envolve crenças religiosas, limitações emocionais, econômicas e até de logística. Por exemplo, como pedir a um idoso que carregue no colo seu Pastor Alemão com problemas locomotores? Mas todas as possibilidades precisam ser analisadas, afinal, muitos pets vivem felizes em suas cadeiras de rodas”, conta Michele.
É bom ter em mente, ainda, que a idade não é obrigatoriamente um fator para abreviar a vida. Então, como proceder na indecisão sobre sacrificar ou não seu pet? “Meu conselho é: tente chegar a um diagnóstico, converse com seu veterinário sobre as formas de tratamento, avalie os custos disso e decida junto com seu amigo veterinário o que fazer. Pela minha experiência afirmo que sempre vale tentar preservar ou melhorar as condições da vida. Em situações como esta, temos surpresas incríveis como a do vídeo que vocês podem assistir acima”, conclui.
Foto: Flickr/ AirBeagle