Amigos, hoje eu converso com o artista Roberto Hötte, que é irmão da minha amiga Teresa Fittipaldi e tem um trabalho maravilhoso e fora do convencional. No Brasil batizada por Emanuel Araújo de art brut, sua arte é marginal com orgulho. “Gosto mais do termo em inglês: outsider art, que é para os artistas que não seguem os cânones artísticos. As pessoas falam o que quiserem”, disse.
Ele trabalha pintura, escultura, assemblage… são diferentes expressões de arte em um trabalho muito original que começou meio por acaso com estamparia de sucesso em uma aula que não foi pra frente. “Minha irmã disse ‘mete a tesoura, começa a cortar’ e até hoje trabalho assim, e com tela, entretela, papel… Começo com cerâmica, cubro com entretelas e destruo a cerâmica, deixando só a casa. Esse é o início do trabalho. Depois vou agregando coisas, sempre pensando na leveza”, explicou.
Roberto Hötte faz pouquíssimas peças por ano. Sua inspiração vem de diferentes fontes, como uma poesia de Elizabeth Bishop. “As coisas dependem de uma sincronicidade”, conta.
A autocrítica é outra característica marcante do artista. Sua primeira peça que considera acabada levou seis anos para ficar pronta. Por isso, paciência é uma palavra-chave em seu processo de produção. No momento, está trabalhando em três peças, e já estou ansiosa para ver finalizadas.