Já havia acontecido com o Instituto Butantan, com o Museu da Língua Portuguesa, com o Memorial da América Latina. Mas o que aconteceu na noite de domingo foi ainda mais vergonhoso e lamentável: o museu mais antigo do Brasil pegou fogo.
A Quinta da Boa Vista, que abriga o Museu Nacional, tinha um acervo de mais de 20 milhões de itens, dos quais menos de 10% ficaram intactos. Sim, amigos, menos de 10%.
O museu mais antigo do Brasil foi criado por Dom João VI, em 06 de junho de 1818, e foi inicialmente sediada no Campo de Sant’Ana. Segundo seu site, “como museu universitário, tem perfil acadêmico e científico”.
Entre os tesouros perdidos nesse incêndio, por puro descaso, está o crânio de Luzia, o esqueleto mais antigo já encontrado nas Américas, com cerca de 12 mil anos de idade. Achado em Lagoa Santa, em Minas Gerais, em 1974, trata-se de uma mulher que morreu entre os 20 e os 25 anos.
O Museu Nacional tem ainda a maior coleção de múmias egípcias da América Latina. A maior parte das peças foi arrematada por D. Pedro I, em 1826. São múmias de adultos, crianças e também de animais, como gatos e crocodilos.
Mas mesmo peças menos famosas nos fazem lamentar, afinal, é parte importante da história brasileira que se perdeu e isso é vergonhoso.
O ministro da Educação Rossieli Soares estima que a recuperação do prédio levará, no mínimo, de três a quatro anos, e diz que a recomposição do acervo ocorrerá em paralelo. Depois de anos de descaso e falta de investimento público, resta saber como essa história continuará…